O identitarismo é um movimento que dedica maior fidelidade ao grupo (geralmente minoritário) ao qual pertence do que ao conjunto da sociedade. Esse sentido de pertencimento, quando exagerado, torna-se exclusivo, não deixando espaço para os conjuntos maiores, inclusive a pátria. Embora sempre tenham existido grupos minoritários atuantes na defesa de seus interesses, sua atuação não era excludente e isolada, e não os impedia de ter um sentido de pertencimento mais amplo, como ocorre com o identitarismo. Antigamente, embora reivindicassem medidas específicas para seu grupo, não o faziam contra os demais.
O que se observa agora em vários países é que os vários grupos identitários constituem um movimento bastante atuante, inclusive politicamente. Geralmente, ligam-se a partidos de esquerda, influenciando sua atuação. Normalmente é um movimento agressivo que, ao lutar pela igualdade, na verdade, deseja afirmar sua superioridade. Um ponto comum a todos, e que os une, é a crítica e a luta contra o “capitalismo”.
Como geralmente atacam muitos costumes e valores caros aos conservadores, despertam reações políticas, inclusive de natureza partidária, seguindo a terceira Lei de Newton, de “reação de igual intensidade e direção, porém em sentido contrário”. Alguns estudiosos acreditam que isso ocorreu fortemente na eleição de Trump nos Estados Unidos, onde os grupos identitários se alojaram no Partido Democrata, despertando a reação dos conservadores. O mesmo se passou em outros países.
A diferença que parece haver entre os dois grupos é que, enquanto os identitários estão mais organizados e com forte presença ideológica nos meios de comunicação, do outro lado, parece não haver uma ideologia propriamente dita, nem organização, mas apenas uma reação ao “perigo” que pode ser aproveitada por qualquer um que saiba verbalizar os riscos e se colocar como alternativa.
Thomas Sowell considera que o grupo identitário é pequeno, porém articulado, destacando-se pelo dogmatismo, suposições e atitudes que se auto alimentam. Uma visão predominante da elite intelectual, que não precisa se justificar. São os auto “ungidos” (título de seu livro), que se julgam moralmente em um patamar superior ao dos contrários, pelo que não precisam ouvir o que pensam ou desejam, pois são não apenas equivocados, como pecadores e são demonizados.
Sowell identificou o surgimento desse movimento nos Estados Unidos nos anos 60 e afirmava que “a visão do ungidos” separa os efeitos das causas. Promove muitas discussões sobre os que têm e os que não têm, e nenhuma sobre os que fazem e os que não fazem”. Em outras palavras, preocupam-se mais em atacar a riqueza do que em eliminar a pobreza (Dizem que a esquerda gosta tanto dos pobres, que quando chega ao poder aumenta seu número).
A LINGUAGEM – O POLITICAMENTE CORRETO
Rui Barbosa advertia que “A degeneração de um povo, de uma nação ou raça, começa pelo desvirtuamento da própria língua”. Orwell, em seu livro "1984", criou a Novilíngua, não apenas pelo uso de novas palavras, mas, principalmente, pela modificação de seu sentido, ou de parte de seu sentido, e remoção de outras, com o objetivo de reduzir o escopo ou direcionar o pensamento por meio da linguagem. Se a palavra não existe, também não existirá o pensamento.
O “politicamente correto” é a versão moderna da Novilíngua e influencia não apenas os pensamentos, mas também as ações, sendo, muitas vezes, incorporado à legislação ou influenciando decisões judiciais de muitas questões. Além disso, ele se presta à “rotulagem” das pessoas ou de ações, com a vantagem (para quem se utiliza) de não precisar de explicações ou complementos. Os termos “genocídio” e “genocida”, assim como “golpes” e “golpistas”, servem para “carimbar” pessoas e são muito aplicados no momento, sem precisar de explicações semânticas do real significado. Os que utilizam esses termos para rotular outras pessoas encaixam-nas nessas definições conforme o fim visado para definir.
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